quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BARRA BONITA - SP

21-JUNHO-2013 - (5:30H ~ 22:30H)
Adiado (devido às manifestações de “Passe Livre”) para 2-Agosto-2013 – (6:00h ~ 22:30)

Bandeirantismo;
Histórico do Rio Tietê e sua importância;
Fontes de energia;
Funcionamento de uma eclusa;
Qualidade da água do rio;
Fluxo da produção nacional de mercadorias;
Produção agrícola e industrial do Brasil e de São Paulo.


HISTÓRIA

Esta região recebeu grande fluxo de bandeirantes (em busca de riqueza e apresamento de índios), desde o tempo das colonizações, até o fim do século XVIII, graças às facilidades de navegações pelo Rio Tietê.  Mas, encontrava neste trecho, hoje, Barragem de Barra Bonita, as primeiras corredeiras que obrigavam os bandeirantes a tirar os barcos do rio e carregar através da margem.  Não raras vezes, ali acampavam para renovar as forças; estes acampamentos foram a origem do povoado de Barra Bonita.

Em meados de 1883, o povoado obteve a denominação de Barra Bonita, nome originário de um córrego que se situa, até os dias de hoje, no centro da cidade.

E nesta época sob indícios de minerais preciosos e terra roxa localizados às margens do rio, famílias italianas espanholas, fixaram residências, fazendo a derrubada da mata ali existente (talvez tenha sido a primeira da série de desmatamentos que continua até hoje).  Iniciaram o plantio de café, a criação de gado e outras formas de exploração dos recursos existentes.

Logo depois do plantio do café, surgiram as primeiras olarias (fábrica de tijolos e telhas), formando uma sólida fonte de renda para o povoado.  As indústrias do barro proliferaram graças à facilidade de encontrar e abundância de argila na região ribeirinha.

As telhas fabricadas eram vendidas em Jaú, (centro comercial da época); estas telhas eram transportadas por carros de boi.

Em 5 de março de 1915, foi inaugurada a Ponte Campos Salles, unindo às cidades Igaraçu do Tietê e São Manuel, vizinhas da outra margem do rio.





A instalação da Estrada de Ferro Barra Bonita, na década de 20 (do século XX), não acrescentou vantagens econômicas à região.
Eram três estações: Campos Salles, Barra Bonita e Barreirinho.

Na década de 40 surge uma nova cultura: cana de açúcar.  Pouco mais tarde, surgem usinas de açúcar e álcool.

O ritmo do progresso de Barra Bonita cresceu com inauguração da usina hidrelétrica de Barra Bonita, no dia 20 de janeiro de 1963.
Eclusa junto à Usina Hidroelétrica foi inaugurada no dia 29 de novembro de 1973 para viabilizar a Hidrovia Tietê-Paraná, sendo a primeira da América do Sul a ser explorada turisticamente.

Hoje, mesmo com a predominância das atividades agrícolas canavieiras, a indústria se faz forte nas áreas de pisos cerâmicos e equipamentos eletrônicos. O turismo, beneficiado com a paisagem natural e a interferência humana, caso da bela ponte Campos Salles e da eclusa da hidrelétrica da CESP, está em franco crescimento, atraindo principalmente o turista interessado em história e ecologia.

BANDEIRANTES
Os bandeirantes eram membros que participavam das expedições denominadas de bandeiras.  Estas expedições eram de cunho particular visando vantagens econômicas (=lucros).   Partiam sempre de São Vicente e São Paulo de Piratininga, para interior do Estado de São Paulo.
Os bandeirantes foram homens de extraordinária fibra e extrema violência, corajosos desbravadores das terras que se estendia para além da linha de Tordesilhas. Na verdade, os paulistas dos primeiros tempos não tinham muitas alternativas de escolha: ou enfrentavam a mata e seus desafios, ou caiam no mar.
As expedições tinham três objetivos:
  • Caça aos índios: capturavam índios para serem escravizados e vendidos aos fazendeiros de cana-de-açúcar.  Invadiam tribos e missões de jesuítas, porque ali tinham índios já treinados para trabalhar em plantações.
  • Sertanismo de contrato: eram pagos para combater os quilombos (aldeias de escravos fugitivos, que formavam em matas fechadas).
  • Procura do ouro: dedicaram à exploração de ouro e de pedras preciosas, principalmente regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O Rio Tietê foi o meio mais utilizado pelas expedições de bandeiras, porque era mais fácil e prático navegar do que abrir caminhos, cortando árvores e cipós pela mata, para desbravar o interior.   Vale ressaltar que o Rio Tietê era indomado (virgem), isto é, o homem ainda não tinha colocado as suas mãos, portanto, não tinham barragens e muito menos eclusas; as bandeiras para desviar das corredeiras tiveram que carregar os barcos pelas margens para transpor este problema.
Podemos afirmar que os bandeirantes foram muito mais do que simples exploradores e caçadores de riquezas. Eles foram um dos principais responsáveis pela expansão de todo o território brasileiro, ultrapassando as barreiras do Tratado de Tordesilhas.   O Brasil é hoje um país de dimensões continentais graças aos bandeirantes.

RIO TIETÊ

O rio Tietê nasce a 840 metros de altitude, na cidade de Salesópolis (Estado de São Paulo), na Mata Atlântica, situada na região da Serra do Mar. Atravessa o estado de São Paulo, na direção de leste a oeste (isto é, no sentido interior). É o único rio de expressão que corre no sentido interior no Brasil. Ele deságua no rio Paraná, no município de Itapura (divisa entre São Paulo e Mato Grosso).
O rio Tietê possui 1.100 quilômetros de extensão e, em seu trajeto, banha 62 municípios paulistas.  A Barra Bonita, que fica na margem direita, é um desses municípios.
Este rio teve uma grande importância na história do país, pois serviu de rota para os bandeirantes, até a metade do século XVIII.  Estes desbravadores, que ampliaram o território brasileiro, utilizavam o rio Tietê para chegar ao interior do estado de São Paulo, atingindo a região de Mato Grosso. Durante o percurso, os bandeirantes fundaram diversas cidades.
Nas épocas seguintes, foi muito utilizado para a navegação e até mesmo para a prática de esportes náuticos, principalmente, na região metropolitana de São Paulo (temos até o Clube de Regatas Tietê). Foi a partir da década de 1950 que este quadro mudou. Com o crescimento populacional e industrial desordenado da cidade de São Paulo, o rio passou a receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da cidade, deixando suas águas poluídas e contaminadas.
A partir da década de 1990, após forte mobilização popular, o governo do estado de São Paulo deu início ao projeto Tietê Vivo. Este projeto, ainda em execução (projeto deve ter fim somente com a despoluição total do rio, neste trecho metropolitano), tem apresentado bons resultados. A poluição da águas do rio já apresenta diminuição, pois boa parte do esgoto tem recebido tratamento. Espera-se que, nos próximos anos, o rio recupere as boas condições de suas águas como nas décadas passadas.

GERAÇÃO DE ENERGIA E TRANSPORTE HIDROVIÁRIO
 
Os reservatórios do Rio Tietê respondem por parcela considerável da demanda de energia hidrelétrica da região sudeste do Brasil.
E o Tietê continua sendo importante canal para escoamento de grãos produzidos (aproximadamente 3 milhões de toneladas por ano).
Barra Bonita é a primeira de uma cascata de barragens subseqüentes (6 no total), distribuídas ao longo da hidrovia Tietê-Paraná. A usina represa as águas do rio Tietê, um dos afluentes da bacia do rio Paraná que abastece o reservatório da Itaipu Binacional. A hidrovia abrange, por sua vez, 220 municípios em cinco Estados, sendo responsável pelo escoamento anual de aproximadamente 3 milhões de toneladas de grãos.

Usina Hidrelétrica Barra Bonita:

O ritmo do progresso de Barra Bonita cresceu com inauguração da usina hidrelétrica de Barra Bonita, no dia 20 de janeiro de 1963.
A bacia hidrográfica do reservatório é de 32.330 Km2, largura máxima de 5.800m., profundidade média de 35 m. e altura máxima de 32,50m.
A barragem possui cinco vãos e a altura da queda d`água de 24,10m. gerando energia com potencial normal de 112.400Kw. e máxima de 140.760Kw.

São 4 turbinas tipo Kaplan (de reação), são de eixo vertical, funcionam totalmente submersos, ideais para barragens que não possuem muita queda (=altura, energia potencial da água); que aproveitam energia cinética (=velocidade do fluxo) e a pressão da água. Cada uma gerando aproximadamente 35 Megawatts de energia.






COMO FUNCIONA A ECLUSA E PORQUE É CONSTRUÍDA
Eclusa é uma obra de engenharia hidráulica que permite que barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem, quedas de água ou corredeiras). Eclusas funcionam como elevadores para navios: há duas comportas separando os dois níveis do rio.


Quando a embarcação precisa subir o rio ela entra na eclusa pelo lado jusante e permanece na câmara. A comporta de jusante é então fechada e a câmara enchida com água, causando a elevação da embarcação até que se atinja o nível do reservatório superior. A partir desse momento, a comporta de montante pode ser aberta e a embarcação sai da eclusa.
Quando a embarcação precisa descer o rio ela entra na câmara pelo lado montante da eclusa. A seguir, fecha-se a comporta de montante e esvazia-se gradualmente a câmara até que se atinja o nível do reservatório inferior. A porta de jusante é aberta e a embarcação sai da eclusa. As operações de enchimento e esvaziamento da câmara são geralmente feitas por gravidade com a ajuda de pequenas comportas e válvulas.
Eclusas são construídas para eliminar as diferenças do nível da água nas barragens das usinas hidrelétricas, ou de simples barragem.  As barragens são construídas para gerar energia e/ou eliminar, principalmente, as corredeiras e quedas de água que dificultam, ou impossibilitam a navegação.
A eclusa de Barra Bonita possui um comprimento de 142,20 metros, largura de 11 metros e o seu desnível é de 25 metros.  Esta eclusa é utilizada por embarcações de turismo e carga para transpor para o outro nível da barragem e com isso permitir a continuação da navegação no Rio Tietê.
ÁGUA DO RIO TIETÊ
Analisaremos o trecho de cidade de São Paulo até barragem da Barra Bonita.
Deparamos com um Rio Tietê limpo (pelo menos aparentemente) e navegável; foi sem dúvida a melhor surpresa do nosso passeio.  Como paulistanos conhecemos o trecho metropolitano do rio (hoje muitíssimo poluído e malcheiroso) ; mal podemos acreditar que a apenas 300 km da Cidade de São Paulo é possível passear de barco pelo Tietê, ver os peixes e garças na região.
Em apenas 300 km, a força da natureza, (os micro-organismos decompositores e fatores físico-químicos), conseguem limpar a água que é totalmente poluída na cidade de São Paulo.
Mas, não conheço micro-organismo que elimina os metais pesados, este um dos poluentes mais nocivos e presentes nas águas poluídas da cidade de São Paulo, por consequência do esgoto industrial.  Portanto, devemos analisar o nível destes metais pesados presentes nas águas do Tietê na região de Barra Bonita.
Antes mesmo de conhecer os resultados de análises desta água, podemos supor que a presença de metais pesados na barragem da Barra Bonita é certa, porque esta barragem é a primeira em relação à cidade de São Paulo.  O reservatório recebe a água e consequentemente contaminação que desce pelo rio Tietê; quando o fluxo de água chega ao reservatório, a sua velocidade diminui, isso acontece porque o local foi transformado num lago por conta da barragem.  Logo, toda a carga de sedimentos com contaminantes que o rio consegue arrastar, acaba parando ali.   Este processo se chama assoreamento.
Portanto, na minha opinião, não devemos consumir os pescados desta região e nem utilizar esta água para irrigação de lavouras.   Logo, com mais razão, não podemos consumir esta água sem um tratamento adequado.
 

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