Adiado (devido às manifestações de “Passe Livre”) para 2-Agosto-2013 – (6:00h ~ 22:30)
Bandeirantismo;
Histórico do Rio Tietê e sua
importância; Fontes de energia;
Funcionamento de uma eclusa;
Qualidade da água do rio;
Fluxo da produção nacional de mercadorias;
Produção agrícola e industrial do Brasil e de São Paulo.
HISTÓRIA
Esta região recebeu grande fluxo de bandeirantes (em busca
de riqueza e apresamento de índios), desde o tempo das colonizações, até o fim
do século XVIII, graças às facilidades de navegações pelo Rio Tietê. Mas, encontrava neste trecho, hoje, Barragem
de Barra Bonita, as primeiras corredeiras que obrigavam os bandeirantes a tirar
os barcos do rio e carregar através da margem.
Não raras vezes, ali acampavam para renovar as forças; estes
acampamentos foram a origem do povoado de Barra Bonita.
Em meados de 1883, o povoado obteve a denominação de Barra
Bonita, nome originário de um córrego que se situa, até os dias de hoje, no
centro da cidade.
E nesta época sob indícios de minerais preciosos e terra
roxa localizados às margens do rio, famílias italianas espanholas, fixaram
residências, fazendo a derrubada da mata ali existente (talvez tenha sido a
primeira da série de desmatamentos que continua até hoje). Iniciaram o plantio de café, a criação de
gado e outras formas de exploração dos recursos existentes.
Logo depois do plantio do café, surgiram as primeiras
olarias (fábrica de tijolos e telhas), formando uma sólida fonte de renda para
o povoado. As indústrias do barro
proliferaram graças à facilidade de encontrar e abundância de argila na região
ribeirinha.
As telhas fabricadas eram vendidas em Jaú, (centro comercial
da época); estas telhas eram transportadas por carros de boi.
Em 5 de março de 1915, foi inaugurada a Ponte Campos Salles,
unindo às cidades Igaraçu do Tietê e São Manuel, vizinhas da outra margem do
rio.
A instalação da Estrada de
Ferro Barra Bonita, na década de 20 (do século XX), não acrescentou vantagens
econômicas à região.
Eram três
estações: Campos Salles, Barra Bonita e Barreirinho.
Na década de 40 surge uma nova cultura: cana de açúcar. Pouco mais tarde, surgem usinas de açúcar e álcool.
O ritmo do progresso de Barra Bonita cresceu com inauguração da usina
hidrelétrica de Barra Bonita, no dia 20 de janeiro de 1963.
Eclusa junto
à Usina Hidroelétrica foi inaugurada no
dia 29 de novembro de 1973 para viabilizar a Hidrovia Tietê-Paraná, sendo a
primeira da América do Sul a ser explorada turisticamente.
Hoje, mesmo com a predominância das atividades agrícolas canavieiras, a
indústria se faz forte nas áreas de pisos cerâmicos e equipamentos eletrônicos.
O turismo, beneficiado com a paisagem natural e a interferência humana, caso da
bela ponte Campos Salles e da eclusa da hidrelétrica da CESP, está em franco
crescimento, atraindo principalmente o turista interessado em história e
ecologia.
BANDEIRANTES
Os bandeirantes eram membros que participavam das expedições
denominadas de bandeiras. Estas
expedições eram de cunho particular visando vantagens econômicas (=lucros). Partiam sempre de São Vicente e São Paulo de
Piratininga, para interior do Estado de São Paulo.
Os bandeirantes foram homens de extraordinária fibra
e extrema violência, corajosos desbravadores das terras que se estendia para
além da linha de Tordesilhas. Na verdade, os paulistas dos primeiros tempos não
tinham muitas alternativas de escolha: ou enfrentavam a mata e seus desafios,
ou caiam no mar.
As expedições tinham três objetivos:
- Caça aos índios: capturavam índios para serem escravizados e vendidos aos fazendeiros de cana-de-açúcar. Invadiam tribos e missões de jesuítas, porque ali tinham índios já treinados para trabalhar em plantações.
- Sertanismo de contrato: eram pagos para combater os quilombos (aldeias de escravos fugitivos, que formavam em matas fechadas).
- Procura do ouro: dedicaram à exploração de ouro e de pedras preciosas, principalmente regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O Rio Tietê foi o meio mais utilizado pelas expedições de
bandeiras, porque era mais fácil e prático navegar do que abrir caminhos,
cortando árvores e cipós pela mata, para desbravar o interior. Vale ressaltar que o Rio Tietê era indomado (virgem), isto é, o homem ainda não tinha
colocado as suas mãos, portanto, não
tinham barragens e muito menos eclusas; as bandeiras para desviar das
corredeiras tiveram que carregar os barcos pelas margens para transpor este
problema.
Podemos afirmar que os bandeirantes foram muito mais do que
simples exploradores e caçadores de riquezas. Eles foram um dos principais
responsáveis pela expansão de todo o território brasileiro, ultrapassando as
barreiras do Tratado de Tordesilhas. O
Brasil é hoje um país de dimensões continentais graças aos bandeirantes.
RIO TIETÊ
O rio Tietê nasce a 840 metros de altitude,
na cidade de Salesópolis (Estado de São Paulo), na Mata Atlântica, situada na
região da Serra do Mar. Atravessa o estado de São Paulo, na direção de leste a
oeste (isto é, no sentido interior). É o único rio de expressão que corre no
sentido interior no Brasil. Ele deságua no rio Paraná, no município de Itapura
(divisa entre São Paulo e Mato Grosso).
O rio Tietê possui 1.100 quilômetros
de extensão e, em seu trajeto, banha 62 municípios paulistas. A Barra
Bonita, que fica na margem direita, é um desses municípios.
Este rio teve uma grande importância na história do país,
pois serviu de rota para os bandeirantes, até a metade do século XVIII. Estes desbravadores, que ampliaram o
território brasileiro, utilizavam o rio Tietê para chegar ao interior do estado
de São Paulo, atingindo a região de Mato Grosso. Durante o percurso, os
bandeirantes fundaram diversas cidades.
Nas épocas seguintes, foi muito utilizado para a navegação e
até mesmo para a prática de esportes náuticos, principalmente, na região
metropolitana de São Paulo (temos até o Clube de Regatas Tietê). Foi a partir
da década de 1950 que este quadro mudou. Com o crescimento populacional e
industrial desordenado da cidade de São Paulo, o rio passou a receber o esgoto
doméstico e industrial no trecho da cidade, deixando suas águas poluídas e contaminadas.
A partir da década de 1990, após forte mobilização popular,
o governo do estado de São Paulo deu início ao projeto Tietê Vivo. Este
projeto, ainda em execução (projeto deve ter fim somente com a despoluição
total do rio, neste trecho metropolitano), tem apresentado bons resultados. A
poluição da águas do rio já apresenta diminuição, pois boa parte do esgoto tem
recebido tratamento. Espera-se que, nos próximos anos, o rio recupere as boas
condições de suas águas como nas décadas passadas.
GERAÇÃO DE ENERGIA E TRANSPORTE HIDROVIÁRIO
Os reservatórios do
Rio Tietê respondem por parcela considerável da demanda de energia hidrelétrica
da região sudeste do Brasil.
E o Tietê continua
sendo importante canal para escoamento de grãos produzidos (aproximadamente 3
milhões de toneladas por ano).
Barra Bonita é a primeira de uma cascata de barragens subseqüentes
(6 no total), distribuídas ao longo da hidrovia Tietê-Paraná. A usina represa
as águas do rio Tietê, um dos afluentes da bacia do rio Paraná que abastece o
reservatório da Itaipu Binacional. A
hidrovia abrange, por sua vez, 220 municípios em cinco Estados , sendo
responsável pelo escoamento anual de aproximadamente 3 milhões de toneladas de
grãos.
Usina Hidrelétrica
Barra Bonita:
A bacia hidrográfica do reservatório é de 32.330 Km2,
largura máxima de 5.800m., profundidade média de 35 m . e altura máxima de
32,50m.
A barragem possui cinco vãos e a altura da queda d`água de
24,10m. gerando energia com potencial normal de 112.400Kw. e máxima de
140.760Kw.
COMO FUNCIONA A ECLUSA E PORQUE É
CONSTRUÍDA
Eclusa é uma obra de engenharia hidráulica que permite que
barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem,
quedas de água ou corredeiras). Eclusas
funcionam como elevadores para navios: há duas comportas separando os dois
níveis do rio.
Quando a embarcação
precisa subir o rio ela entra na eclusa pelo lado jusante e permanece na
câmara. A comporta de jusante é então fechada e a câmara enchida com água,
causando a elevação da embarcação até que se atinja o nível do reservatório
superior. A partir desse momento, a comporta de montante pode ser aberta e a
embarcação sai da eclusa.
Quando a embarcação
precisa descer o rio ela entra na câmara pelo lado montante da eclusa. A
seguir, fecha-se a comporta de montante e esvazia-se gradualmente a câmara até
que se atinja o nível do reservatório inferior. A porta de jusante é aberta e a
embarcação sai da eclusa. As operações
de enchimento e esvaziamento da câmara são geralmente feitas por gravidade com
a ajuda de pequenas comportas e válvulas.
Eclusas são construídas
para eliminar as diferenças do nível da água nas barragens das usinas
hidrelétricas, ou de simples barragem.
As barragens são construídas para gerar energia e/ou eliminar,
principalmente, as corredeiras e quedas de água que dificultam, ou
impossibilitam a navegação.
A eclusa de Barra
Bonita possui um comprimento de 142,20 metros ,
largura de 11 metros
e o seu desnível é de 25
metros . Esta
eclusa é utilizada por embarcações de turismo e carga para transpor para o
outro nível da barragem e com isso permitir a continuação da navegação no Rio
Tietê.
ÁGUA DO RIO
TIETÊ
Analisaremos o
trecho de cidade de São Paulo até barragem da Barra Bonita.
Deparamos com um
Rio Tietê limpo (pelo menos aparentemente) e navegável; foi sem dúvida a melhor
surpresa do nosso passeio. Como
paulistanos conhecemos o trecho metropolitano do rio (hoje muitíssimo poluído e
malcheiroso) ; mal podemos acreditar que a apenas 300 km da Cidade de São
Paulo é possível passear de barco pelo Tietê, ver os peixes e garças na região.
Em apenas 300 km , a força da natureza,
(os micro-organismos decompositores e fatores físico-químicos), conseguem limpar
a água que é totalmente poluída na cidade de São Paulo.
Mas, não conheço micro-organismo que elimina os metais pesados, este um dos poluentes
mais nocivos e presentes nas águas poluídas da cidade de São Paulo, por
consequência do esgoto industrial.
Portanto, devemos analisar o nível destes metais pesados presentes nas
águas do Tietê na região de Barra Bonita.
Antes mesmo de
conhecer os resultados de análises desta água, podemos supor que a presença de
metais pesados na barragem da Barra Bonita é certa, porque esta barragem é a
primeira em relação à cidade de São Paulo.
O reservatório recebe a água e consequentemente contaminação que desce
pelo rio Tietê; quando o fluxo de água chega ao reservatório, a sua velocidade
diminui, isso acontece porque o local foi transformado num lago por conta da
barragem. Logo, toda a carga de sedimentos
com contaminantes que o rio consegue arrastar, acaba parando ali. Este processo se chama assoreamento.
Portanto, na
minha opinião, não devemos consumir os pescados desta região e nem utilizar esta
água para irrigação de lavouras. Logo,
com mais razão, não podemos consumir esta água sem um tratamento adequado.
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